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Mídia: inimiga ou aliada da pessoa com deficiência?

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Caro leitor,
A matéria abaixo foi extraída do site Inclusive – Inclusão e Cidadania. O texto foi escrito pelo cientista social Manoel Negraes*.

Vivemos um momento complexo no que diz respeito à participação social das pessoas com deficiência. Por um lado, temos uma legislação específica avançada e o envolvimento cada vez maior do Ministério Público. Por outro, ainda encontramos no cotidiano atitudes preconceituosas e práticas discriminatórias que preservam e reproduzem concepções antigas e errôneas sobre as deficiências em diversas esferas sociais.

A mídia é considerada, por muitos especialistas e representantes das pessoas com deficiência, uma grande aliada para a inclusão social, na medida em que esta pode exercer um duplo papel importante: fiscalizar o poder público em relação ao cumprimento das leis específicas e conscientizar a comunidade com informações que combatem atitudes preconceituosas.

No entanto, a maioria dos meios de comunicação de massa foca suas reportagens e programas nas pessoas com deficiência e não nas causas sociais da desigualdade e da discriminação – como nos obstáculos arquitetônicos, na péssima qualidade da educação básica, da reabilitação e da saúde preventiva e, sobretudo, na desinformação da população em relação ao tema.

Além disso, muitos profissionais dessa área ainda colocam as pessoas com deficiência como “heróis” ou “coitadinhos”. Dessa maneira, colaboram para a manutenção de estereótipos e estigmas construídos historicamente e cristalizados no senso comum que prejudicam as relações sociais entre as diferenças (inclusive utilizando termos como “especiais”, “vítimas”, “superação”, “sofrimento” etc.).

Assim, alguns assuntos como a acessibilidade, as características da síndrome de Down, da baixa visão e do autismo e a importância da Língua de Sinais Brasileira poderiam ser melhor trabalhados pelos jornais, emissoras de rádio e televisão e outros tipos de mídia. Mais ainda, esse campo de atuação poderia tanto inserir as pessoas com deficiência nos temas da vida cotidiana (ex: entrevistar um jovem com deficiência para uma matéria sobre juventude) como, também, incluir os interesses desse grupo nos debates mais amplos (ex: pautar a educação inclusiva nas discussões sobre a qualidade da educação em geral).

Portanto, a mídia só vai ser uma aliada concreta das pessoas com deficiência quando mostrar para todos que essa questão – o convívio entre as diferenças – exige uma responsabilidade de todos. O que esse grupo espera dos meios de comunicação de massa (e de outros setores da sociedade) é uma boa utilização das datas comemorativas relacionadas às pessoas com deficiência, mas, sobretudo, respeito e dignidade em todos os dias do ano.

* Manoel Negraes, cientista social, 32 anos. Trabalha na área de Mobilização Social da Unilehu – Universidade Livre para a Eficiência Humana (manoel@unilehu.com.br) e no projeto Minuto da Inclusão do MID – Comunicação e Cidadania (manoel.mid@gmail.com).

A mídia deveria mostrar real interesse e disposição em incentivar a inclusão social e acessibilidade, desempenhando seu verdadeiro papel.

A imprensa deveria apresentar a sua responsabilidade social, incentivando a pratica na cidadania, através da televisão, jornais, blogs, vídeos, revistas e redes sociais. Poderia manter colunas fixas sobre o tema em um jornal/revista; criando cadernos mensais, quinzenais ou semanais relacionados ao assunto. (Nota do blog)

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

One thought on “Mídia: inimiga ou aliada da pessoa com deficiência?

  • Esse tema é bastante importante recentemente escrevi uma matéria similar em meu blog cujo tema é: O poder da mídia e sua influência negativa na vida das pessoas com deficiência.
    Não vejo a mídia como aliada dos deficientes nesse primeiro momento, ainda existe muito preconceito quando esse preconceito for enfrentado e vencido e o medo de lidar com o diferente for subjugado haverá a quebra de paradigmas e a derrubada do senso comum que ainda impera, ai sim diante desses acontecimentos á mídia será aliada das pessoas com deficiência.

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