ComportamentoDeficiência Física

Indiferença na própria família em relação a um parente com deficiência

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Caro leitor,

O texto abaixo, foi escrito por José Deoclécio de Oliveira para o Blog Deficiente Ciente.

Durante muitos anos, tenho acompanhado a luta das instituições e dos órgãos de comunicação que defendem os direitos das pessoas com deficiência na questão da reabilitação e integração, do combate ao preconceito e da acessibilidade.

Hoje posso dizer que a consciência da sociedade evoluiu, compreendendo cada vez mais e criando oportunidades para as pessoas com deficiência viverem um dia a dia um pouco melhor. Porém, existe ainda uma parcela da população que deveria dar o exemplo de cidadania, pois se trata de assunto muito comentado hoje em dia: Inclusão.  Por incrível que pareça, estou me referindo à própria família.

Muitos parentes se afastam do convívio da casa que acabou de receber um bebê com deficiência ou alguém que por alguma circunstância tornou-se uma pessoa com deficiência. Por receio de se envolver, ficando expostos a prestar favores, ou pelo fator “vergonha” em ter um membro na família com deficiência.

Tenho um pensamento no meu e-mail que é permanente: “Não seja Indiferente com as Diferenças”, eu resolvi colocar esta frase quando um dia recebi alguns familiares para uma pequena reunião em casa, e Andreza, minha filha que tem paralisia cerebral, estava na sala assistindo televisão , notei que algumas pessoas presentes não se deslocavam para a sala, preferiram ficar no mesmo local desde que chegaram. Essas pessoas apenas cumprimentaram Andreza na chegada e se despediram quando foram embora.

Estas atitudes, posturas, caracterizam um comportamento de caráter preconceituoso e de indiferença com a pessoa que possui alguma limitação, pior ainda sendo da mesma família. Esses “familiares” não possuem um mínimo de conhecimento sobre a reabilitação e a determinação das pessoas com deficiência, que com o incentivo dos pais e amigos, conseguem conquistar a independência, a socialização e uma vida praticamente “normal”, dentro de suas limitações.

Para quem tem paralisia cerebral, a interação com outros grupos sociais é mais difícil, por causa das suas dificuldades de locomoção e comunicação. É nesta hora que os familiares próximos têm um papel importante na integração, por isso a visita de tios e primos é importante para diversificar os assuntos e o contatos com o mundo lá fora.

Eu acredito que se todos os parentes agissem com solidariedade e boa vontade para interagir com a Andreza, certamente contribuiriam muito para que minha filha, por exemplo, se sentisse amada e não rejeitada, ou seja, tratada com indiferença. Assim, com ações simples de convívio estariam somando nas lutas pela inclusão social das pessoas com deficiência, que merecem todo o respeito.

Pensamentos, José Deoclécio de Oliveira
Facebook
http://facebook.com/deoclecio.oliveira

Música: Angel
Cantor: Jon Secada

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

8 thoughts on “Indiferença na própria família em relação a um parente com deficiência

  • Camila e David

    No mundo em que vivemos, algumas pessoas que se consideram “normais”, podem olhar para pessoas com alguma deficiência e tratá-las com descaso, preconceito, indiferença ou qualquer outra discriminação.
    Mas pessoas como a Andreza, já tem seu lugar reservado no céu, pois não se contaminou com a “imundice” desse mundo que tem idéias erradas sobre o que é ser “normal”.
    Porém, não vejo ela (ou qualquer outra pessoa com a mesma deficiência) como uma pessoa menos privilegiada, mas sim como uma pessoa que precisa e passa o amor e o carinho de uma forma sincera e única, vejo pessoas que tem toda a saúde do mundo não transmitirem para o seu próximo nem um gesto que chegue perto de pessoas como ela.
    Resumindo, aqueles que são menos valorizados pelos olhos dos homens são os mais valorizados aos olhos de Deus.

    Que Deus abençoe a todos.

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  • MARILDA ALEXANDRE ROVARIS

    PARABÉNS SR DEOCLESIO PELA FILHA ANDREZA E PELO GRANDE AMOR QUE O QUE O SR DEMONSTROU QUE TEM E DÁ À SUA FILHA E VEJO QUE AMBOS SE ALIMENTAM DA GRANDIOSIDADE DESTE SENTIMENTO TÃO MARAVILHOSO E ESSENCIAL À VIDA E QUE NOS APROXIMA DE DEUS.

    AQUELAS PESSOAS QUE SÃO INDIFERENTES COM ANDREZA É QUE NÃO SABEM O QUE É E NUNCA SENTIRAM O VERDADEIRO AMOR. ELAS SÃO DESPROVIDAS DE TUDO: AMOR, AMIZADE, SOLIDARIEDADE, SENSIBILIDADE, CORAGEM E DE FÉ, POR ISSO ELAS É QUE SÃO DIGNAS DE PENA.

    NUNCA SE DEIXE ABATER POR PENSAMENTOS OU ATITUDES NEGATIVAS QUE NÃO MERECEM DESPERDIÇAR A ENERGIA POSITIVA DE VOCÊS.

    FELIZ ANIVERSÁRIO ANDREZA!!!
    QUE DEUS OS ABENÇOE SEMPRE:

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  • Roseliane Carla de Souza

    Parabéns pela bela iniciativa . Tenho um filho “especial ” e me identifiquei com o seu texto. Saúde , paz e respeito para todos nós.

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    • Nelci Alves

      Tenho uma filha com deficiência desturbo neurológico dependente de quase tudo cuido de minha filha com muito amor porquê apesar de ter uma família grande mais só tem nos pais na vida dela e Deus amo com todo meu coração

      Resposta
  • Evinha Barroso

    Tenho uma sobrinha que amo muito com síndrome de patau. Sempre a amei verdadeiramente e todos os meus parentes também. No entanto, ela foi tirada do nosso convivio, privando essa criança de todo o amor que sentimos por ela, pela própria mãe que até hoje não entendemos como pode haver tanto ódio e recalque dentro de uma pessoa! Estamos tristes por essa atitude, mas respeitamos a vontade dos pais. Desejo somente que um dia possamos demonstar nosso amor sem obstáculos.

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  • Eliana

    Indiferença nos trata mal e deixa marcas em nós porque não amar as diferenças porque a família os primos as pessoas foge de conviver conosco porque os filhos delas não são ensinados a visitar a brincar a dar amor carinho aprender desde cedo a Boa convivência e adaptar as brincadeiras porque não fazem diferente e se fosse com eles ninguém se coloca no lugar da gente dói como dói em.nos pais somos de carne osso sentimos tudo tão maior que bices não imagina mesmo porque se sentirem um só pouquinho gritaria alto Ai

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  • Maria Lúcia Mendes de Almeida Longarço

    Vivemos uma situação bem parecida há uns 40 anos… mas a psicóloga à época, nos fez compreender que nem todos nossos parentes conseguem superar a dor de nós ver em aflição!! Portanto que devíamos tentar compreender tsmbem não só a ignorância de como nós ajudar mas também a dificuldade desses nossos parentes queridos em lidar com os próprios sentimentos com relação ao fato, dentro deles próprios. Algum tempo depois, anos até, acabaram por se aproximar e muito do nosso querido da família e posso dizer que hoje talvez tenham até mais proximidade com ele pois as condições assim facilitaram.
    Então, antes de julgarmos e condenar os tais afastamentos, procuremos entender como cada um recebe a dor da presença do deficiente e consegue lidar com ela antes de apenas crucificar as pessoas por seus comportamentos, na maioria das vezes também em grande sofrimento silencioso por nós!!
    Cada um reage como consegue e garanto, não por maldade, mas por incapacidade de gerir seus sentimentos com relação à deficiência!!
    Busquem aproximação individual, aos poucos, para que desensibilizem um pouco nas próprias dores e verão que poderão ser ótimos colaboradores. Conversem sobre isso com eles. Muitos parentes nossos choraram conosco e passaram a conseguir superar e voltar a participar da vida em família. Sejam fortes que conseguirão identificar nessas pessoas, às vezes, uma carência tão grande de afetividade e que fará com que despertem para isso é reverterão em bem conviver com o deficiente da família!!

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  • Catarina

    Tenho dois filhos dpleticos e com problemas neurológicos e meus parentes ( primos) fazem de conta q eles não são ser humanos o tratam com a maior indiferença isso foi muito em mim

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