Síndromes

Síndrome de Asperger: significado, classificação e diagnóstico

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Síndrome de Asperger

O que é Síndrome de Asperger?

A chamada síndrome de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger (SA), é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A validade do diagnóstico de SA como condição distinta do autismo continua incerta, estando atualmente a discutir-se a junção dos dois diagnósticos no “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders”

A SA é mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários (como Vernon Smith, “Prémio Nobel” de Economia de 2002). No entanto, no Reino Unido estima-se que apenas 12% terá emprego de período integral.

O termo “síndrome de Asperger” foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing em 1981 num jornal médico, que pretendia desta forma homenagear Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990. A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, na sua quarta edição, em 1994 (DSM-IV).

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Alguns sintomas desta síndrome são: dificuldade de interação social, falta de empatia, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto, isso pode ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto.

Alguns estudiosos afirmam que grandes personalidades da História possuíam fortes traços da síndrome de Asperger, como os físicos Isaac Newton e Albert Einstein, o compositor Mozart, os filósofos Sócrates e Wittgenstein, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista Michelangelo, os cineastas Stanley Kubrick e Andy Warhol e o xadrezista Bobby Fischer, além de autores de diversas obras literárias, como no caso de Mark Haddon.

Classificação e diagnóstico

A Síndrome de Asperger, também conhecida como autismo de alta funcionalidade (AAF), se relaciona com o transtorno de Asperger por seis critérios principais, que definem a síndrome como uma condição com as seguintes características:

  • Prejuízo severo e persistente na interação social;
  • Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades;
  • Prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento;
  • Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem;
  • Não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (em outra área que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância.
  • A não-satisfação dos critérios para qualquer outro transtorno invasivo do desenvolvimento específico ou esquizofrenia.

A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro do autismo (ASD em inglês), uma das cinco condições neurológicas caracterizadas por diferenças na aptidão para a comunicação, bem como padrões repetitivos ou restritivos de pensamento e comportamento. Os quatro outros transtornos ou condições são autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância e PDD não especificado (PDD-NOS – transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação).

O diagnóstico da SA é complexo em virtude de que mesmo através do uso de vários instrumentos de avaliação não existe um exame clínico que a detecte. A Síndrome de Asperger foi em tempos chamada Psicopatia Autista e Transtorno Esquizóide da Infância, apesar de tais termos serem atualmente entendidos como arcaicos e imprecisos, e portanto não mais aceitos no uso médico.

A Síndrome de Asperger (SA) também conhecida como autismo de alta funcionalidade (AAF) é caracterizada por:

  • Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras atividades;
  • Rituais ou comportamentos repetitivos;
  • Peculiaridades na fala e na linguagem;
  • Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo (às vezes comparado com os traços de personalidade do personagem Spock de Star Trek ou “Caminho das Estrelas” em Portugal e “Jornada nas Estrelas” no Brasil);
  • Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interação interpessoal;
  • Problemas com comunicação;
  • Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente;
  • Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.
  • Segundo alguns estudos, apresentam imaginação e criatividade fantasiosa mais reduzida do que uma criatividade com bases em fatos reais;
  • Frequentemente, por um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal;

As características mais comuns e importantes da SA podem ser divididas em várias categorias amplas: as dificuldades sociais, os interesses específicos e intensos, e peculiaridades na fala e na linguagem. Outras características são comumente associadas com essa síndrome, mas nem sempre tomadas como necessárias ao diagnóstico. Esta seção reflete principalmente as visões de Attwood, Gillberg e Wing sobre as características mais importantes da SA; os critérios DSM-IV representam uma visão ligeiramente distinta. Diferentemente da maioria dos tipos de TDI, a SA é geralmente camuflada, e muitas pessoas com o transtorno convivem perfeitamente com os que não têm. Os efeitos da SA dependem de como o indivíduo afetado responde à própria síndrome.

Interesses específicos e intensos

A Síndrome de Asperger na criança pode se desenvolver como um nível de foco intenso e obsessivo em assuntos de interesse, muitos dos quais são os mesmos de crianças normais. A diferença de crianças com SA é a intensidade incomum desse interesse. Alguns pesquisadores sugeriram que essas “obsessões” são essencialmente arbitrárias e carecem de qualquer significado ou contexto real. No entanto, pesquisa recente sugere que geralmente não é esse o caso.

Algumas vezes, os interesses são vitalícios; em outros casos, vão mudando a intervalos imprevisíveis. Em qualquer caso, são normalmente um ou dois interesses de cada vez. Ao perseguir estes interesses, portadores de SA freqüentemente manifestam argumentação extremamente sofisticada, um foco quase obsessivo e uma memória impressionantemente boa para dados factuais (ocasionalmente, até memória eidética). Hans Asperger chamava seus jovens pacientes de “pequenos professores” por que ele achava que seus pacientes tinham como compreensão um entendimento de seus campos de interesse assim como os professores universitários..

Pessoas com Síndrome de Asperger podem ter pouca paciência com coisas fora destes campos de interesse específico. Na escola, podem ser considerados inaptos ou superdotados altamente inteligentes, claramente capazes de superar seus colegas em seu campo do interesse, e ainda assim constantemente desmotivados para fazer deveres de casa comuns (às vezes até mesmo em suas próprias áreas de interesse). Outros podem ser hipermotivados para superar os colegas de escola. A combinação de problemas sociais e de interesses específicos intensos pode conduzir ao comportamento incomum, tal como abordar um desconhecido e iniciar um longo monológo sobre um assunto de interesse especial em vez de se apresentar antes da maneira socialmente aceita. Entretanto, em muitos casos os adultos podem superar estas impaciências e falta de motivação e desenvolver mais tolerância às novas atividades e a conhecer pessoas.

Fonte: Wikipédia

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

7 thoughts on “Síndrome de Asperger: significado, classificação e diagnóstico

  • Fatima

    Já tive alguns alunos com esta sindrome.
    Bjs querida.

    Resposta
  • Deficiente Ciente

    Olá querida Fátima!
    Como foi sua experiência ao lidar com eles?

    beijos
    Vera

    Resposta
  • Deficiente Ciente

    Olá Marcelo! Obrigada!
    Visitei seu blog e gostei muito! Vou recomendá-lo para os leitores do Deficiente Ciente, ok?

    abraços
    Vera

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  • ARIPÃ MAURÍCIO KALINOWSKI

    Meu filho e eu somos portadores desta síndrome. Descobri que sou através de minha esposa e pelas características descritas em vários sites. Meu filho passa pelas mesmas dificuldades que passei quando criança. Embora meus pais são falecidos, o simples fato de me identificar como tal, fez-me aumentar a raiva da péssima lembrança que tenho deles, justamente por eles desconhecerem na época a respectiva síndrome, e, óbvio, sempre fui mal compreendido. O tempo me ensinou a mudar minhas atitudes. Consegui olhar nos olhos das pessoas, mas não consigo encarar as que eu não gosto.

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  • Nehemias Wagner da Silva Fraga

    Uma colega de trabalho, que tem um filho diagnosticado com essa síndrome, me falou que eu devo ser portador. Mas não sei até onde há semelhanças em alguns pontos ou se realmente sou portador da síndrome. Lendo as características, vejo muitas semelhanças entre minha pessoa, meus atos e as características aqui expostas.
    Entretanto, para ter certeza se sou ou não portador ou se sou apenas uma pessoa excêntrica, seria necessário um diagnóstico de um profissional competente para isso.

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  • Gildelanio Belo

    Eu não tenho diagnóstico por causa do mundo onde cresci, no sertão do Ceará. Mas tenho convicção que tenho SA. Sofri muito na infância e fui pouco compreendido. Hoje tenho um filho com os mesmos sintomas. Apesar das dificuldades de relacionamento e perfil altamente solitário, sou licenciado em música, cordelista e escritor. (Ainda não conhecido ) Sou professor de artes e música numa escola particular e sou reconhecido pelo meu talento. Também desenho e pinto ( não tão bem quanto escrevo ou toco) obrigado pelo artigo. Compartilharei com meus colegas.

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