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Entrevista: Fotógrafa Kica de Castro

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Kica de CastroCaro leitor,

A entrevistada desse mês, do Blog Deficiente Ciente, é a fotógrafa, Kica de Castro. Kica fotografa  pessoas com deficiência.
Acompanhe abaixo, a entrevista que a querida Kica concedeu, gentilmente, ao blog Deficiente Ciente. Imperdível!

Se for para incluir, que seja num todo e não apenas pela metade.”

“Mantenha as rodas, muletas, próteses, órteses e pés no chão, qualquer escolha tem suas dificuldades e só vão ser superadas a partir do momento que são enfrentadas”.

1) Como surgiu o interesse pela fotografia?

Desde minha infância. Lembro que ficava mais encantada em correr para ficar atrás das câmeras do que fazendo poses. Meu pai amava registrar momentos familiares, era fotógrafo amador. Nas viagens, com a família, eu amava fazer as fotos. Procurava tudo quanto era literatura de fotografias e fica observando os fotógrafos. Selecionava algumas imagens e tentava fazer registros semelhantes, sempre buscando formar uma assinatura visual própria. Resolvi fazer graduação em Comunicação Social com ênfase em publicidade e propaganda.
No terceiro ano de graduação, faz parte da grade curricular à disciplina em fotografia, amava ficar horas no laboratório revelando imagens em preto e branco, ficava horas no estúdio… Só aumentou mais a minha paixão. Em 1998, fazia fotos só para amigos e familiares. Busquei cursos e em 2000 resolvi transformar a minha paixão em profissão. Comecei com fotografias produtos, moda, uma vez que já trabalhava no mercado publicitário. Depois passei para eventos sociais, principalmente casamentos e corporativos, que faço até hoje.

Modelo Caroline Marques: traje de noiva em um desfile inclusivo
Modelo Caroline Marques: traje de noiva em um desfile inclusivo

2) Como iniciou o seu trabalho de fotografar pessoas com deficiência?

No ano de 2002 eu estava bem estressada em trabalhar com publicidade, hora para entrar, mais sem hora para sair… Resolvi que ia transformar a minha paixão em profissão. Comecei a procurar algumas outras oportunidades. Vendo nos classificados de jornais, achei um anúncio que me chamou atenção: “Procurava fotógrafos – Caixa postal…” Não tinha mais nada, fiquei pensativa, mas resolvi enviar um currículo. Para minha surpresa, retornaram com uma ligação marcando uma entrevista. Era um centro de reabilitação para pessoas com deficiência física. Passei na entrevista e logo assumi o cargo de chefe do setor de fotografias. Foi um começo complicado, as pessoas no centro de reabilitação estavam com baixa autoestima e não se sentiam a vontade para fazer fotos cientificas: frente, costas, laterais e acompanhado de uma placa de identificação com o número de prontuário. Não tinha um paciente que não associasse estas fotos com as com fotos de presidiários. Para o corpo clínico esse registro é de extrema importância, mas o paciente tinha a sensação de invasão de sua privacidade, uma vez que as fotos eram de roupas íntimas ou seminuas. As fotos tinham apenas a finalidade de registro e estudo científico, mais era constrangedor. Os três primeiros meses foram os mais cruéis, tempo de adaptação para uma nova realidade visual. Os pacientes se acostumaram a ficar na frente de uma pessoa sem experiência com a deficiência e eu de registrar totalmente o oposto do que eu fazia na moda. No ano de 2003, em uma conversa com uma amiga, que trabalhava na instituição, no setor de psicologia adulto, resolvi desabafar, não estava me sentido uma profissional e os pacientes em cada seção ficavam mais cabe baixos. Resolvi seguir o conselho da Paty Pimental, fazer o que estava acostumada com as modelos nas agências que passei. Sempre estava animada para fazer as fotos, brincava com os pacientes, mas realmente faltava alguma coisa. Lembro que essa conversa foi numa sexta-feira e no sábado pela manhã estava na 25 de março fazendo a festa com “cacarecos” bem úteis: muitas bijuterias, espelho, pentes, gel e até uns perfumes. Além de revistas de moda e de gênero masculino e feminino. A partir daí, quando algum paciente me perguntava para que era as fotos, eu brincava falando que era uma prévia de um ensaio sensual para uma revista, deixava a disposição o meu “KIT Vaidade 25 de março” e os pacientes ficavam mais animados em fazer as fotos. Claro que eu explicava o motivo das fotos e em seguida osregistros eram feitos da mesma forma padronizada pela instituição. Isso quebrou o gelo e as pessoas passaram a dar sorrisos mesmo nas fotos para os prontuários. Resolvi em 2003 resgatar autoestima das pessoas através das fotos, e passei a dar o nome de Fototerapia. Lembro que algumas amigas do setor de psicologia adulto, acreditaram na minha proposta e algumas sessões de grupo eram feitas no estúdio. Os pacientes começaram a ter mais vaidade e se valorizaram mais enquanto seres humanos. Lembro que muitos deles começaram a me procurar para fazer book, eu cobrava apenas o preço de custo. Motivados com um book profissional nas mãos, eles perguntavam sobre a possibilidade de trabalharem como modelos. Indiquei alguns amigos microempresários e antigos clientes do tempo de publicitária. Os resultados eram poucos. Muitos deles tomaram a iniciativa de procurar agências de modelos e as respostam eram sempre a mesma: ”Não temos nada para o seu perfil”. Percebi que o meu trabalho de autoestima estava indo para o buraco. Em 2005, dei início a uma pesquisa, para ver quais oportunidades existiam. Descobri muita coisa na Europa: Na Alemanha havia o concurso de beleza ”A mais bela cadeirante”, já era um grande passo, mas ainda não totalmente inclusivo, afinal outras patologias e os meninos não estavam inseridos. Na França e Inglaterra, um reality show, estilo BBB, bem mais inclusivo, mas ainda estava faltando à interação com pessoas sem deficiência. Mas sem sombra de dúvida, resultados animadores. Lembro que em 2006 resolvi fazer a minha pós- graduação em fotografia. Meu TCC falava da vaidade feminina, que também não era inclusivo, uma vez que deixei os meninos de lado (risos), a princípio, porque eram poucos os que me procuravam. Motivada com o resultado do meu TCC e com a animação das meninas me incentivando a fazer uma agência para pessoas com algum tipo de deficiência, resolvi em 2007, com o término da pós-graduação, montar uma agência. Meu casting é 100% formado por pessoas com algum tipo de deficiência. Lembro que abri a agência com apenas cinco modelos, sendo quatro meninas e um menino. Hoje temos 80 profissionais, espalhados pelo Brasil, na faixa de 4 a 58 anos de idade, homens e mulheres, profissionais para o mercado publicitário, passarelas, modelos fotográficos entre outras áreas artísticas.

Modelo Carina Queiroz
Modelo Carina Queiroz

3) Você enfrentou alguma dificuldade durante esse trabalho? Se enfrentou, quais foram?

Enfrentei a pior deficiência da humanidade, que até hoje é uma barreira: o PRECONCEITO.
No começo as pessoas com deficiência, a grande maioria, não se sentiam capazes de fazer as fotos. Não sentia ser bonito o suficiente e achavam loucura a minha proposta. Pessoas sem deficiência achavam que era loucura da minha parte e que uma agência para este segmento, não ia passar de alguns meses. Com muito trabalho, ousando em poses e ângulos, provei que não era loucura ou coisa de outro mundo. Que era apenas questão de mostrar e motivar as pessoas com deficiência a buscar qualificações para serem profissionais neste segmento. Já que era para falar de inclusão de pessoas com deficiência, porque não falar também de beleza e sensualidade. Se for para incluir, que seja num todo e não apenas pela metade.

4) Fale um pouco sobre sua agência de modelos para este segmento.

Kica de Castro Fotografias é uma agência que tem a mesma filosofia e proposta de uma agência convencional de modelos. O candidato precisa passar por uma avaliação para ver em qual qualificação profissional pode atuar. É marcado um dia e horário para fazer um book. O profissionalismo já começa a ser avaliado: chegar no horário é fundamental para qualquer carreira. Depois é avaliado o currículo, os cursos, a postura, a comunicação, etc.
A pessoa não paga para fazer esse book e nem a taxa de inscrição. As fotos são feitas por mim mesma, que as uso para divulgar o perfil dos candidatos para clientes e alguns trabalhos: recepção, fotos para campanhas, catálogos, desfiles… As fotos ficam como material da agência, pois só assim consigo divulgar o perfil. Quando o modelo por intermédio da agência consegue um trabalho, aí sim são cobrados 20% do cachê. Quando o candidato começa a fazer parte do casting, existem REGRAS, responsabilidades que o profissional precisa seguir. Exemplo: existem alguns critérios para seleção de profissionais pelo cliente, alguns deles não gostam de tatuagem, então se o modelo fez o book sem tatuagem ele precisa avisar agência com pelo menos três dias antes de fazer uma. A Agência não faz nenhuma restrição sobre tatuagem, eu particularmente amo tatuagens, mas se o perfil foi divulgado sem, é preciso ter um tempo para tirar as imagens e fazer novas para divulgação do perfil real. Um exemplo clássico é a coloração e cortes em cabelos femininos. É preciso avisar antes, caso queira fazer coloração ou tatuagem, para que o cliente sempre possa ver fotos atualizadas do perfil do candidato. Essas são apenas algumas das regras. Uma das regras que gosto sempre de ressaltar é que ser modelo não é apenas uma questão profissional, mas também social. A pessoa precisa estar bem arrumada, mesmo que seja para ir até a padaria da esquina comprar pão para o café da manhã. Tem que estudar, ter bom comportamento, não se envolver em nenhum tipo de briga ou escândalo. Gosto muito das pessoas que têm espírito de equipe.

5) Atualmente fala-se muito sobre a questão da inclusão de pessoas com deficiência. O que você acha disso?

Muito importante. Existem no Brasil 30 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Essas pessoas são consumidoras, produtivas, constituem família… Resumindo, são seres humanos e precisam fazer parte de uma sociedade. Pense comigo: Imagine ter 30 milhões de amigos? Imagine ter 30 milhões de consumidores? Nos dois casos são números consideráveis que não se pode ignorar. Não é apenas uma questão de estatística, e sim de humanização.

Diolice da Silva Barbosa, pessoa com tetraplegia, foto em estúdio.
Diolice da Silva Barbosa, pessoa com tetraplegia, foto em estúdio.

6)Como você percebe a sociedade nessa questão?

Gosto de fazer pesquisa, ler sobre história, principalmente sobre história da humanidade. Umas das coisas que observo na evolução da humanidade é que em cada parte da história essas evoluções são acompanhadas de tecnologia, moda e beleza. Gosto muito de mencionar o período do Renascimento, onde as mulheres acima do peso eram referência de beleza. Hoje está voltando com nome mais sofisticado, Plus Size. Já pessoas com deficiência, não tem uma referência de beleza dentro da evolução da humanidade. Estamos começando a escrever. Estamos provando que existe beleza na diversidade e a sociedade esta inserindo esse contexto na história. A ditadura da moda que vem da década de 60, está aos poucos evoluindo.

7)Como você vê o mercado de trabalho e a pessoa com deficiência?

De um modo geral, novamente, a primeira coisa que vejo é em relação à lei de cotas. Sou a favor e contra ao mesmo tempo. Creio que não é a obrigatoriedade da lei que provará as qualificações profissionais de uma pessoa, mas sim o que a pessoa tem de conhecimento adquirido através de estudos e experiências. Mas sem essa lei, muitas oportunidades não teriam aparecido no mercado de trabalho.
Em alguns casos, vejo muitas pessoas com deficiência acomodadas e não buscam qualificações profissionais para subir de cargo.
No caso da agência, vejo meus modelos buscando cursos de qualificações, estudando sobre moda, seguindo as regras, etc. E as oportunidades são poucas, alguns desfiles ainda não aceitam o profissional com deficiência na passarela. Fico me perguntando, cadê a fiscalização da lei de cotas? Será que nas passarelas a lei pode ser aplicada? Parece uma contradição da minha parte, mas são coisas que fico me questionando.

8)Assim que uma pessoa com deficiência chega no seu estúdio, como tudo funciona?

Creio que essa pergunta possa ser respondida por uma pessoa que já tenha passado pelo estúdio. Aqui faço o meu convite a você, Vera, blogueira, do Deficiente Ciente. Que tal fazer uma seção de fotos comigo e depois vir postar a resposta? Topas? Nada melhor que um depoimento de uma pessoa que vivenciou para poder relatar aos leitores como tudo funciona.
Modelos: Thiago Cenjor e Patrícia Lopes
Modelos: Thiago Cenjor e Patrícia Lopes

9)Como está a repercussão do seu trabalho?

A repercussão tem sido positiva, não posso reclamar. Todos os dias agradeço a Deus por mostrar que estou no caminho certo. E por mais que tenha muita coisa ainda para fazer, não deixo a “peteca” cair. Também não posso deixar de agradecer o apoio da mídia que esta valorizando o trabalho da agência. Claro, não posso deixar de lado o apoio dos familiares e amigos.

10) Qual mensagem você deixa para os leitores do blog Deficiente Ciente?

Tenho um lema na agência, é um trecho da música da Marisa Monte, Infinito e Particular: “Vem cara, me retrate, não é impossível eu não sou difícil de ler, faça sua parte, eu sou daqui, eu não sou de Marte”…
Todos nós temos sonhos, para que cada sonho possa tornar-se uma realidade é preciso: determinação e organização. Não importa a profissão que escolher. É preciso ter amor nas escolhas, pois só assim é possível enfrentar os desafios do mundo e com certeza as conquistas vão ser mais valorizadas por você e pela sociedade. Se empenhe ao máximo nas escolhas e só se arrependa das coisas que não fez. Mantenha as rodas, muletas, próteses, órteses e pés no chão, qualquer escolha tem suas dificuldades e só vão ser superadas a partir do momento que são enfrentadas. Todos nós, seja pessoa com ou sem deficiência, somos limitados e sempre precisamos do outro para nos ajudar. Educação abre portas e gentileza gera gentileza.
Kica de Castro
Fotógrafa
Fone: (11) 8131-0154

Agência Kica de Castro

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

49 thoughts on “Entrevista: Fotógrafa Kica de Castro

  • Vera (Deficiente Ciente)

    Obrigada pela entrevista, Kica!!
    Em relação a questão nº 8, já topei. rss

    Beijos!

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  • XANDA

    Olá Veroka linda de viver e Kica… recebi o e-mail mais que simpático desta gordinha linda… e resolvi divulgar… causa nobre… trabalho belíssimo… meninas lindas… SUCESSO… REALIZAÇÕES E MILHARES DE FLASHES…. UoooooOOOO !!!

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  • XANDA

    Olá Veroka…. vim te ver aqui… desejar uma linda semana…
    Ah recebi o e-mail da Kica e também divulguei… isso porque ia te indicar… rsrsrsrs Mas adorei.. conhecer o trabalho dela… bom demais… Beijokas a vcs meninas… Kica sucesso… realizações e milhares de flashes…
    :)))

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  • Kica de Castro

    Vera,

    Fico muita grata pela divulgação da agência.
    Podemos marcar as suas fotos ainda essa semana?

    Beijos,

    Kica

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  • Eduardo Jorge

    Parabéns Vera, parabéns Kika!
    Ó, quero ver essas fotos publicadas no Deficiente Ciente. Grande fotógrafa, modelo linda…tem tudo para ser um sucesso.rsr
    Boa semana

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  • Vera (Deficiente Ciente)

    Obrigada, Ale!!

    Beijos!

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  • Vera (Deficiente Ciente)

    Por nada, Kica. Conforme o email, fico aguardando você agendar um dia para a próxima semana.

    Beijos e muito sucesso!!

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  • Vera (Deficiente Ciente)

    Obrigada!
    Se não ficar feia na foto, publico no blog, Eduardo. rss
    Mas ser fotografada com uma excelente profissional como a Kika, não tem como não dar certo.

    Abraços, meu amigo!

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  • Anonymous

    Essa é uma das fotógrafas que vai entrar para história. Que a cada dia Deus ilumine os caminhos de todos.
    Parabéns pela matéria desse blog e também fico no aguardo das fotos dessa linda blogueira.

    Paulo – Santa Rita

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  • Valeska Reis

    Estou para concluir o meu curso de jornalismo. Fiz uma pesquisa na internet e achei o trabalho da Kika, virei fã. Meu trabalho de conclusão vai ser sobre acessibilidade e também vou falar sobre esse trabalho maravilhoso.
    Que Kika continue nesse caminho maravilhoso.

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  • Vera (Deficiente Ciente)

    Obrigada, Paulo! Realmente a Kica entrará para a história.

    Abraços,

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  • Vera (Deficiente Ciente)

    O trabalho da Kica é uma referência e fonte de inspiração, Valeska.

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  • Kica de Castro

    Olá Vera,

    Tudo bom?
    Preparada para ver o resultado das suas fotos?
    Beijos, Kica

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  • Vera (Deficiente Ciente)

    Oi Kica!

    Não vejo a hora de ver estas fotos. rss

    Beijos!

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  • Regina Camargo

    Vendo essa entrevista tenho certeza que a inclusão em breve será uma grande realidade.

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  • Thina

    Essa é a minha fotógrafa.

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  • Melisa Thereza

    Não tinha conhecimento sobre esse maravilhoso trabalho. Muito bom. Parabéns para fotógrafa.

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  • Carlos Eduardo

    Sou fã dessa mulher.

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  • Leandro Morais

    Desejo que em 2011 o trabalho de Kika ganhe mais destaque. Trabalhos como esse levam a nossa causa com dignidade.

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  • Carlos Eduardo

    Kika em 2011 seu trabalho vai ser ainda mais conhecido. Conte comigo.

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  • Celia Oliveira

    Nesse ano que se inicia muito mais sucesso para agencia de Kika de Castro.

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  • Fátima Pomar Silva

    Essa entrevista ficou muito boa. Que sua garra continue nesse ano que nasceu cheio de esperança.

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  • Joaquim

    Ler essa matéria foi muito gratificante. Que em 2011 Kika conquiste muitos outros objetivos.

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  • Pedro Costa

    Salve ações brilhantes como essa da fotógrafa Kika de Castro. 2011 vai ser o ano das transformações.

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  • Sergio Leite

    As fotos da Kika revelam muitos aspectos, além de belza e sensualidade, revela o lado humano de cada um e desperta a vaidade na melhor dose de felicidade.

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  • Marcio

    Ficou ótima essa entrevista

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  • Isaura Pedroso

    A Kika de Castro tem um trabalho maravilhoso, parabéns.

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  • Maria Helena

    Muitas pessoas com deficiência ainda tem vergonha de assumir as condições fisicas por conta de um tipo fisico que a sociedade acha que é o ideal de beleza. Esta aqui a prova que somos bonitas como somos e não tem essa de tipo ideal de beleza. Vamos sair de casa, curti a vida dar a volta por cima e falar com orgulho para todos que somos lindas.Muito obrigada Kika por fazer esse trabalho que não tem preço.

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  • Carol

    Ter a honra de ser umas das modelo da Kica é se encontrar como profissional e valorizar nos como ser humanos, mexe com a nossa auto estima. É perceber que existe beleza e sensualidade dentro das difererenças. Continue com essa garra de sempre e obrigada por essa oportunidade.
    Gostei da entrevista e um feliz 2011.

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  • Anny

    Ser modelo de Kica de Castro é realmente um sonho de muitos cadeirantes…Eu agradeço a Kica por ter me dado essa oportunidade a qual agarrei com muita determinação;E hoje sendo modelo dela e fazendo parte desse trabalho lindo e de uma integridade total,me deixa completamente realizada e feliz.

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  • Leandro Morais

    Tem gente querendo copiar o trabalho de Kika. Tenho certeza que não vai ser com tanta qualidade e dedicação.

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  • Daniela da Silva

    Gosto muito desse pensamento de Kika: "Se for para incluir, que seja num todo e não apenas pela metade."
    Nossa sociedade fala da inclusão e justamente a questão da sensualidade ficava de fora das rodas de bate papo, graças a Kika isso tem mudado bastante, vemos muito exemplo de beleza nos homens e mulheres com deficiência, se tornando modelos e não deixam a desejar para nenhum modelo sem deficiência que atuam no mercado de moda. Precisamos ajudar a plantar essa idéia para acabar com o preconceito e podemos ter mais e mais oportunidades de valorização do que é ser belo.

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  • Ruth

    Quando eu era criança tinha vontade de ser como meus colegas de escola, mais não foi possível. Por ter deficiência sempre era vitima de piadas, quando eu falava sempre ouvia, mais são crianças, não existe maldade nos comentários. Hoje se percebe que não é bem assim e até nome em inglês para mostrar que a coisa é séria. Fui vitima de bullying na minha infância e pela epoca não se fez nada, afinal eram pessoas inocentes que falavam. Sabemos bem que a criança e exatamente aquilo que os adultos educam. Não só a familia tem uma parcela de culpa, mais como os educadores também, em muitos casos. Parei de estudar por inventivo de uma professora, falando que o que eu aprender já estava concluído, sabendo ler e escrever eu já podia me virar. Isso com uns 10 anos de idade acho. Não tive mais vontade de estudar realmente, com tanto apoio e em casa por falta de conhecimento ninguém percebeu a minha depressão. Tentei levar a minha infância como dava, e pelo menos colo de mãe não posso reclamar. Aprendi a cozinhar, borda e hoje essa é a profissão que me sustenta. Já na minha adolescência, com as transformações fisicas que a natureza me permitiu percebi que estava virando uma mulher, via minhas primas se arrumando, se pintando maquiando e eu começei a tomar gosto pela minha vaidade. Achar um namorado não foi tarefa nada fácil, descobrir a sexualidade então, mais complicado ainda. Me casei, mais já tinha passado dos 35. Achei a minha metade, meu companheiro para tudo, meu amigo,pai,marido e o meu melhor amante. Mai antes de achar o meu principe, ainda bem que não achei nenhum sapo, queria muito copiar o que via nas revistas e na televisão, ficava na frente do espelho fazendo caras e bocas. Um sonho que nunca realizei pois na epoca não tinha nenhuma oportunidade, nada mesmo. Nem lei de cotas tinha, então ser modelo realmente era algo impossível de acontecer. Podemos de uma certa forma falar que também sofri o bullying na minha adolescência, olha que ai já tinham muitos adultos acabando com o meu psicológico. Já como mulher, o bullying também fez parte da minha vida. No trabalho, nas ruas, por alguns rapazes… sofri demais. Mais aprendi com cada momento da minha história, não lutei para mudar nada. Recebia as criticas, os comentários e não respondia, cometi um grande erro o de não me defender de nada. Aceitei tudo de boca fechada e agora que sou uma mulher madura não tenho como recuperar minha infância, minha adolescência. Posso culpar alguém por isso? Sim, posso. Eu mesma. se pelo menos eu tivesse falado tudo o que senti na epoca quem sabe as coisas podiam ter sido bem diferentes. Agora o que me resta e ajudar a falar, não ficar mais calada, dar a minha opinião. Se queremos mudar, temos que começar a falar, argumentar ou pelo menos fazer o nosso direito de dar a opinião. Kika não realizei o meu sonho e creio que também agora estou voltada para outras coisas, filhos, netos … mais graças a você hoje vejo o meu sonho sendo realizado e isso pelo menos me deixa feliz. Afinal você teve a coragem de fazer acontecer e não ficou calada ou de braços cruzados. Te admiro muito e no que eu puder ajudar, conte com essa humilde mais graças a Deus, hoje uma corajosa mulher para realmente fazer a pessoa com deficiência ter o seu devido valor. Você provou que lutando é capaz de acontecer e pena que na minha época não tinha você, mais tudo tem o seu tempo certo , o que é para ser, Deus sabe a hora de acontecer. E como não lutei pelos meus sonhos não posso reclamar de nada. Agradeço a minha vida e aprendi a lição de uma forma dura, mais a vida é assim mesmo, ela é dura para quem é mole.
    Parabéns pela entrevista e pelo site que da espaço para as opiniões.

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  • Kica de Castro

    Obrigada pelos comentários.

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  • Erica Paula Dias Silva

    Parabéns Kika pelo seu trabalho eu ainda vou até São Paulo só para ser fotografada por você.

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  • Bernardo Augusto Lima

    Fiquei encantado de ver esse trabalho parabéns para fotógrafa.

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  • Renato

    Tem uma foto com uma bela negra de nome Diolice, ela é tetra mesmo?

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  • Bianca

    Desejo um 2011 repleto de felicidades e saúde.

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  • Ana Flávia Camargo

    Quero agradecer a Kika por mostrar com as fotos como ser mais feminina.

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  • Leandro Morais.

    Passando, mais uma vez, pra elogiar o blog e claro, a democrácia que admiro nesse espaço.

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  • Mario

    Kika tem um trabalho estruturado pe muito ético, por isso merece todo o meu respeito.

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  • Vera (Deficiente Ciente)

    Obrigada, Leandro!
    Abraços,

    Resposta
  • Fernando Torres

    Esse é um exemplo de profissionalismo para muitos fotógrafos.

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  • ana paula simplicio

    MEU NOME ANA PAULA, KICA COMO FAÇO PARA FAZER UMA SEÇÃO DE FOTOS COM VC, POIS SOU DEFICIENTE FISICA E FUI ACONSELHADA A PROCURAR VC PELA AACD,SEU ENDEREÇO DA AGÊNCIA SE LOCALIZA AONDE E TELEFONE.

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  • sergio mazzini

    Kica muito bacana seu site , só esta faltando vc tirar alguma fotos minha rsrsrs.

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  • Muito bacana este seu trabalho,nos faz sentir mais além,sentir que não somos incapazes,somos apenas diferentes,mas porém,com a mesma capacidade de irmos muito mais do que acreditamos,adorei as fotos,mto lindas,parabéns!!!

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  • Andre da Silva Scopelli

    Vimos hoje sua historia pelo programa da Eliana no SBT. Meu marido é deficiente visual, tem a doença degenerativa retinose pegmentar. Aos 24 anos perdeu quase que totalmente a visão, ficando apenas com 10% durante o dia e a noite apenas vultos. Ele tem boa aparência e leva jeito para modelo. Seu trabalho é maravilhoso e deixa o deficiente com a autoestima elevada, dando uma oportunidade incrível, podendo mesmo com deficiência mostrar sua capacidade.

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  • ivanildes

    sou ivanildes
    amei esta sua criatividade, pois tenho uma sombrinha que um defit de idade ela tem 18 idade biológica 12 , senho ser modelo fotográfica gostaria de saber como posso inscrever ela o nome dela e gabriely
    muito bonita 1.70 , 51 quilos , ele tem um leve desvio na bacia faz tratamento no hosp Sarh
    meu contatos 61992125121/6133991315

    Resposta

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