A "mulher mais feia do mundo" e sua lição de vida

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A matéria abaixo foi extraída do site português Jornal de Notícias.

O vídeo de uma palestra da “mulher mais feia do mundo” – como tem sido considerada devido a uma doença crónica – está a sensibilizar o mundo. Na comunicação, feita no TEDx, em Austin, nos EUA, Lizzie Velasquez dá uma lição sobre a verdadeira beleza das pessoas e mostra como a discriminação de foi vítima converteu-se no seu “alimento” e fonte para o sucesso na vida. Veja o vídeo.

Lizzie Velasquez tem 24 anos de idade, mede 1,57 metros, pesa cerca de 26 quilos e é cega de um olho. Pode comer de tudo que não engorda. Na realidade, costuma fazer cerca de 60 refeições por dia sem controlo das calorias ingeridas. Mesmo assim, não consegue obter massa gorda devido ao síndrome que a impede de ganhar peso.

“Eu como a cada 15 ou 20 minutos para manter os meus níveis de energia elevados. Consumo pequenas doses de batatas fritas, doces, chocolates, pizza, frango, bolos, gelados, massas e tortas durante todo o dia”, revelou.

Vídeo legendado

Devido à sua magreza, as pessoas pensam que Lizzie é anorética. Contudo, o seu baixo peso é consequência do síndrome de que sofre.

Lizzie nasceu prematura, pesando cerca de um quilo, em Austin, no estado norte-americano do Texas. Os médicos fizeram as piores previsões quanto ao seu desenvolvimento e acreditavam mesmo que não sobrevivesse. Contudo, Lizzie cresceu sem problemas de desenvolvimento. O seus dois irmãos – Chris, de 12 anos, e Marina, de 15 anos – não foram afetados pela mesma doença crónica.

Na escola, foi vítima de “bullying”. Segundo conta, entrou para o jardim infantil sem ter qualquer noção de que era uma menina diferente das outras. Foi a partir do contacto com as outras crianças e da reação de repulsa que os colegas tinham com ela que se apercebeu de que tinha “algo de estranho”.

“Por que motivo eles não gostam de mim?”, perguntou aos pais. “Não se passa nada contigo. A única coisa é que és mais pequena do que os outros. Tens esta doença, mas não é isso que te vai impedir de seres quem és. Vai para a escola, mantém a cabeça de pé, sorri e continua a seres tu própria e vão todos perceber que és como eles”, revelou.

Contudo, Lizzie nunca se mostrou incomodada e fez frente aos que a discriminavam devido ao seu aspeto. Durante o ensino secundário, descobriu que alguém havia colocado um vídeo sobre si na rede social Youtube, no qual era apresentada como “A Mulher Mais feia do Mundo”. O vídeo obteve mais de quatro milhões de visualizações e apresentava comentários ofensivos sobre a sua pessoa.

Lizzie fez da discriminação o seu “alimento” para crescer e atingir os seus objetivos de vida.

Hoje, é formada em Comunicação pela Universidade do Texas e tem um objetivo bem definido: divulgar o seu testemunho de vida. “Mesmo quando parece que as coisas nunca vão melhorar nos tempos mais sombrios, se uma pessoa tem fé e continua a motivar-se, pode obter aquilo que pretende”, afirmou a uma publicação periódica.

Publicou, a custos próprios, em 2010, a sua autobiografia. Mais recentemente, em 2012, publicou o seu segundo livro “Seja bonito, Seja Você Mesmo”, no qual pretende transmitir aos leitores que a aparência não interessa e que o importante é que uma pessoa goste de si própria por aquilo que ela é.

A comunidade científica tem-se mostrado interessada em estudar o mal que a aflige e que pode ser uma espécie de “síndrome neonatal de Progeróides”, uma doença crónica e que atinge apenas outras três pessoas em todo o mundo. Trata-se de um mal que provoca o envelhecimento precoce, perda de gordura e degeneração dos tecidos.

Fonte: http://www.jn.pt/

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