As limitações da síndrome não intimidaram Davi Teixeira de surfar
A matéria abaixo foi extraída do site Surfar.
Por Viviane Freitas / Fotos: Luciano Cabal
Superação no dicionário quer dizer o ato de progredir, ultrapassar um limite, recuperar, mudar de uma situação ruim para uma melhor. Davi Teixeira, dez anos, nasceu com a Síndrome da Brida Amniótica, uma rara doença congênita ocasionada pelo aprisionamento de partes do feto, por anéis fibrosos do saco amniótico do útero, o que provocou o atrofiamento dos seus membros. Os médicos diagnosticaram a doença aos cinco meses de gestação, o que deixou toda a sua família em choque, principalmente Denise Teixeira, mãe e parceira. “Foi muito difícil saber que seu filho amado já nasceria com os membros atrofiados e que não se desenvolveriam. Os médicos me indicaram abortar, mas busquei forças na fé. Depois que ele nasceu, comecei a dar asas a ele.”, lembrou Denise.
Para os incrédulos, tais limitações condenariam Davi a uma rotina bem difícil, mas ele não se deixou intimidar pela doença. Influenciado pelo nosso campeão mundial Gabriel Medina, Davi decidiu que também iria desfrutar do “esporte dos reis” e assim o fez. “O que eu sempre digo às pessoas é que devemos superar nossos medos porque as oportunidades não se repetem”, comentou Davi, durante nossa entrevista após mais um dia de muito surf, no lambe-lambe do Canto do Recreio, zona oeste do Rio de Janeiro.
Superar a si próprio, sua mente, seu corpo, seus medos… Atitudes que tornaram o carioca torcedor do Vasco da Gama a se tornar atleta oficial paraolímpico de natação do clube de regatas. Inquieto, Davi divide seu tempo com a natação, surf e skate, além do quarto ano do ensino fundamental. Pelo seu exemplo de vida, determinação e forma serena como encara a vida, ele é constantemente convidado para discursar em palestras motivacionais e já falou para dezenas de funcionários de empresas, como a White Martins e Correios. “Eu parei de trabalhar para acompanhar meu filho, pois sei que ele precisa e merece curtir a vida. Deus me deu esse presente e vou fazer dessa missão a melhor possível”, comentou a mãe Denise.
Com o skate, Davi já ganhou algumas medalhas e adora o rolé na pista do Parque de Madureira, mas adrenalina mesmo ele sente quando o assunto é surf. “Quando estou na onda, eu penso que estou voando, a melhor sensação do mundo! Quero surfar profissionalmente dentro das minhas limitações, quero ser bom em tudo o que eu fizer e sei que para realizar os seus sonhos basta acreditar que você consegue”, concluiu.